Doravante, deves destapar-me devagar.

4 de julho de 2008

That’s it



Há muita humidade nas minhas insónias.

3 de julho de 2008

Coisas que me deixam nhonhinhas – IV

“Há uma loja que se chama ‘era isto mesmo que eu queria’...”

Transparência



Aqui estou,
assim o digo repetidamente
nestas noites líquidas
neste silêncio que se esgueira
por dentro de um torpor estrangeiro
que me torna irreconhecível,
com asas de papel queimado
sem força para sobrevoar as hortênsias,
os jardins que sobem até ti.

- Foto de Berenika

Inverno



O desequilíbrio do vento
e um desvio roxo por dentro da água
nesta morada tão interior
portal de elementos com sal puro
a espremer a célula, a retina, o sangue sem ti.

Crepitação



Eu sei que o amor pode ser exdrúsculo.
Um compêndio de impressões digitais no corpo.

É que a geometria do beijo
tem curvas que não cansam

e eu páro diante da palavra que é o teu nome
como um soldado em sentido na linguagem do tempo
da saudade, do estremecimento.

- Foto de Aira Manna

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